Dois empregos, um sonho: emagrecer com saúde mesmo sem tempo e dinheiro

Dois empregos, um sonho: emagrecer com saúde mesmo sem tempo e dinheiro

Meu nome é Cláudia Regina dos Santos. Sou mãe solo, nordestina com muito orgulho, e jornalista formada na força da necessidade e da garra. Mas aqui, aqui nesta editoria humana e cheia de verdade, eu não venho com estatística, venho com histórias. Histórias de gente como a gente: que acorda cedo, batalha o dia inteiro e sonha com um corpinho mais saudável enquanto resolve o jantar com miojo e requeijão vencido. Hoje, eu quero te contar a história da Simone.

Simone, 38 anos, corpo cansado e um sonho na mochila

Simone é da cidade de Diadema, lá na Grande São Paulo. Acorda às 4h da manhã pra pegar o metrô lotado e chegar no primeiro emprego: operadora de caixa em um mercado 24h. Sai de lá ao meio-dia, engole um pão francês com mortadela e corre para o segundo emprego, como auxiliar de limpeza numa escola. Chega em casa às 20h, encontra três filhos famintos, dá conta deles e só senta — se tiver sorte — perto das 22h.

O tempo dela é contado no relógio de ponto. O dinheiro, no saldo do bilhete único. Ainda assim, a danada teve a audácia (a ousadia linda!) de sonhar em emagrecer com saúde. E ela conseguiu.

“Mas Cláudia, como faz?”: a revolução silenciosa da Simone

Simone não tinha dinheiro para nutricionista, nem tempo para academia. Quando me disse que emagreceu 14kg em nove meses, eu arregalei os olhos como ela mesma contou: “Eu achei que nem dava pra tentar, com essa rotina que me mastiga”. Mas foi aí que ela provou que dá sim — dá mesmo — com um bocadinho de estratégia, cuidinho e, acima de tudo, amor-próprio.

1. Entendeu que saúde vinha antes de estética

A primeira virada de chave da Simone foi perceber que ela não queria emagrecer para caber num padrão. O corpo dela, cansado e com sobrepeso, já vinha dando sinais: dores no joelho, cansaço extremo, azia que a acordava de madrugada. O emagrecimento virou uma meta de sobrevivência e bem-estar, não de vaidade. E foi aí que tudo começou a fazer sentido.

2. Alimentação sem gourmetização

Simone trocou a bolacha recheada do lanche por fruta, quando dava. Parou de tomar refrigerante nas refeições. Levava marmita quando conseguia preparar (normalmente aos domingos), cheia de arroz, feijão, legumes e ovo frito. Nada chique, nada light. Apenas comida de verdade, feita com o que cabia no orçamento do mês.

Ela me disse: “Tirei o embutido do café da manhã e voltei a comer cuscuz, igual minha mãe fazia lá na Paraíba”. Cuscuz com ovo virou a salvação das manhãs corridas — barato, nutritivo e rápido. Olha ele aí numa matéria que escrevi só sobre ele.

3. Exercício na vida real

Simone nunca entrou na academia. “Imagina, pagar mensalidade de academia, Cláudia? Mal consigo comprar o material escolar do Wendel”. O que ela fez? Começou a descer dois pontos antes da escola, todo dia. Caminhava uns 25 minutos no fim do turno — como ela diz, “andava pra deixar o estresse e o peso pra trás”.

Nos fins de semana, limpava a casa ouvindo músicas animadas e dançava com os filhos — como se fosse Zumba com rodinha de criança e vassoura na mão. E não é que, sem perceber, incluía atividade física leve mas constante, todos os dias?

4. Dormir virou prioridade (quando dava)

A rotina da Simone é puxada, mas ela começou a se forçar a dormir pelo menos 6h por noite. “Desliguei a televisão, o celular, tudo. Eu dizia: amanhã é guerra de novo, vou precisar de energia”. E foi sentindo que, ao dormir melhor, o corpo cooperava mais, a fome diminuía, e as emoções ficavam mais equilibradas.

Pequenas atitudes que somam

Você pode estar lendo isso agora e pensando que é impossível. Afinal, o mundo dos blogs fitness glamouriza tudo. Mas aqui é vida real, minha amiga. E a vida real é feita de improviso, de escolhas simples, de um pouco de fé (e farinha de cuscuz).

O segredo da Simone foi:

  • Entender seu contexto: ela sabia que não dava pra seguir dieta de R$ 700 por mês.
  • Fazer o que era possível: sem exageros, sem se cobrar mais que o necessário.
  • Manter a consistência: fez em nove meses o que muita gente não consegue em três.

Mensagem final de uma amiga que já caiu e levantou

Eu, Cláudia, já falei com dezenas de mulheres como Simone. Algumas emagreceram, outras ainda estão na luta. Mas todas me contam que basta a primeira decisão pra vida tomar um rumo diferente. E não é sobre “força de vontade” — é sobre olhar pra si com gentileza.

A falta de tempo e de dinheiro não são muros impossíveis. Elas são obstáculos reais, mas que podem ser atravessados com criatividade, apoio e informação. Por isso, a gente tá aqui — pra te mostrar que dá pra se cuidar mesmo na luta do dia a dia.

Você, leitora, que se identificou com a história da Simone: respira fundo. Começa com um copo d’água. Um cuscuz. Uma caminhada no quarteirão. E se precisar, me chama. Porque aqui na editoria “Histórias Reais”, a gente fala com verdade, com humor e com todo o coração.

Porque, no fim do dia, cuidar da gente não é luxo. É o mínimo. E você merece.

Publication date:
Author: Cláudia Regina dos Santos
Jornalista investigativa com mais de 20 anos de atuação, especializada em saúde e alimentação. Com estilo empático e engajado, destaca questões sociais e estruturais, especialmente ligadas à população negra e periférica. Usa linguagem próxima e acessível para humanizar dados e estatísticas.

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