Amor e azeite de dendê: casal emagrece juntos sem largar suas raízes baianas

Amor e azeite de dendê: casal emagrece junto sem largar suas raízes baianas

Se você acha que pra emagrecer tem que abrir mão do sabor da Bahia, pense de novo, minha filha. Porque a história de Zuleide e Jorge é a prova viva de que dá pra perder peso com muito dendê no coração — e no prato também, mas do jeitinho certo. Eu sou Cláudia Regina dos Santos, e hoje trago uma história real, bonita de se ver, dessas que fazem a gente acreditar que amor, comida boa e saúde caminham juntos sim, e com muito axé!

Começo recheado de afeto (e acarajé)

Zuleide, 37 anos, professora de história em Salvador, e Jorge, 40 anos, técnico de informática, se conheceram na fila de um tabuleiro de acarajé no bairro do Rio Vermelho. Olha que destino! Foi amor à primeira mordida e à segunda garfada.

“A gente se olhou enquanto a baiana temperava os acarajés com vatapá, caruru e camarão seco. Quando vi, ele já tava pagando o meu, e dali fomos conversar na beira da praia”, lembra Zuleide, rindo alto daquele jeito baiano que parece que o riso dança.

O namoro floresceu com moqueca, bobó, e muito passeio pelo Pelourinho. Mas também vieram os quilos extras: em menos de dois anos juntos, o casal somou mais de 35 kg a mais na balança.

O susto no check-up e a decisão em conjunto

“Jorge sempre teve problema de pressão. Um dia, foi fazer um check-up desses de rotina no trabalho e voltou assustado”, conta Zuleide. “A médica falou pra ele: ‘Seu coração tá aguentando agora, mas por quanto tempo mais?’. Aquilo bateu forte nos dois, porque eu também tava sentindo cansaço, dor nas articulações e, menina, nem dormia direito!”

Foi aí que eles resolveram mudar. Mas sem apagar suas raízes. Decidiram emagrecer sem abrir mão dos sabores da Bahia — só que com equilíbrio, informação e uma pitada de ousadia e amor próprio.

O plano baiano de emagrecimento com dendê moderado

O casal procurou uma nutricionista especializada em culinária regional. A profissional, nascida em Feira de Santana, os ajudou a adaptar receitas tradicionais, mantendo o sabor e reduzindo calorias.

Principais mudanças que fizeram a diferença

  • Azeite de dendê dosado: nada de banir o ouro laranja da cozinha baiana. “A gente passou a usar o dendê só no final, em menor quantidade, pra dar sabor sem encharcar”, explica Jorge.
  • Grelhados com tempero raiz: “Substituímos muito do que era frito por grelhado. Mas o segredo tá no tempero. Continuamos usando cominho, coentro, pimenta e até um toque de gengibre”, diz Zuleide.
  • Mais vegetais na moqueca: adicionaram legumes como abobrinha, berinjela e até couve-flor à moqueca, criando uma versão mais leve e funcional.

Além disso, passaram a fazer caminhadas todos os dias no calçadão da Barra e incluíram exercícios aeróbicos três vezes por semana. Não foi milagre, foi energia e disciplina de trio elétrico!

A balança caiu, o amor aumentou!

Em um ano, Jorge eliminou 17 kg. Zuleide perdeu 14 kg. Mas eles garantem: a maior perda foi o medo de não conseguirem. E o maior ganho foi a autoestima. “A gente se redescobriu, sabe? Começamos a curtir mais o corpo, a cama, os momentos. Ficamos mais leves, no corpo e no espírito”, declara Jorge, com um brilho nos olhos de quem está apaixonado pela parceira e por si mesmo.

Se antes a comida era um consolo para o estresse do dia a dia, agora virou uma celebração consciente. “Toda sexta a gente prepara alguma coisa especial: uma moqueca leve, um vatapá com inhame, e comemos devagar, ouvindo Gal Costa”, entrega Zuleide.

Comida é cultura, não vilã

“Muita gente pensa que precisa largar tudo, virar inimigo da cozinha baiana pra emagrecer. Que nada, minha gente! Respeitar a ancestralidade da comida é respeitar a si mesmo também”, diz Zuleide com aquele ar de quem entende o peso e a leveza das palavras.

O dendê, quando usado com sabedoria, pode sim fazer parte de uma dieta equilibrada. A diferença está na quantidade, na frequência e no modo de preparo. Uma comida cheia de história e axé não precisa ser deixada de lado — só reinventada.

Lições do casal para quem quer emagrecer com afeto

  1. Emagreça por amor, não por punição: mudar hábitos deve vir do desejo de viver melhor, e não da culpa.
  2. Não lute contra sua cultura, dance com ela: adaptar receitas é mais inteligente que anulá-las.
  3. Encontre companhia: ter alguém te apoiando faz todo o processo menos solitário.
  4. Respeite seus tempos: o corpo tem ritmo próprio. Comparações atrapalham mais que ajudam.
  5. Comemore cada conquista: cada roupa que volta a servir, cada escada que você sobe sem cansar, é vitória sim!

Final cheio de dendê e esperança

Hoje, Jorge e Zuleide são inspiração no bairro onde moram. Vizinhos pedem dicas, a galera da igreja comenta o brilho deles. E ela, claro, faz questão de responder tudo com o sotaque doce e aquele jeito arretado: “O segredo, minha filha, é amar sem medida. Amar o outro, amar sua cultura, e acima de tudo, se amar. A comida não é inimiga, é aliada. E quando você começa a temperar a vida com intenção, tudo muda.”

Uma história de amor à moda baiana, com calor, sabor e muita verdade no prato e no peito.

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Author: Cláudia Regina dos Santos
Jornalista investigativa com mais de 20 anos de atuação, especializada em saúde e alimentação. Com estilo empático e engajado, destaca questões sociais e estruturais, especialmente ligadas à população negra e periférica. Usa linguagem próxima e acessível para humanizar dados e estatísticas.

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