Comecei e desanimei: como voltei pra rotina depois de um mês parado
Comecei e desanimei: como voltei pra rotina depois de um mês parado
Se você já começou uma rotina nova — seja de estudos, treinos ou até de postar conteúdo — com a empolgação de quem achou que agora vai, e depois simplesmente… sumiu, bem-vindo ao clube. Eu sou o Rafael Lima Costa e posso te garantir: não foi falta de vontade, foi falta de estrutura. E eu aprendi isso do pior jeito possível.
Hoje, vou contar como dei um gás na minha rotina depois de um mês parado. Mais do que isso, vou te mostrar como voltei aos trilhos sem culpa, sem cair em ciladas de motivação fajuta e sem criar outra rotina mirabolante impossível de manter. Isso aqui é papo reto pra quem cansou de desistir sempre no meio do caminho.
O começo empolgado (e irrealista)
Quando decidi mudar minha rotina, estava naquela vibe “segunda-feira eu mudo minha vida”. Sabe como é: acordo cedo, treino, como saudável, estudo e ainda respondo todos os e-mails com objetividade e sorriso no rosto. Bem, durou… sete dias.
O problema não foi começar. Foi ter começado como se eu fosse outra pessoa. Quis mudar tudo ao mesmo tempo, sem considerar minha realidade, meu nível atual e, principalmente, minha energia. Era tanta mudança que eu não sabia nem por onde começar, então comecei por tudo. Resultado: exaustão, frustração e o velho pensamento “eu não consigo”. E aí, claro, larguei tudo.
Um mês escorrendo pelo ralo
Depois disso, veio o clássico: “deixa pra semana que vem”. Uma semana virou duas e quando vi, tinha passado um mês. Me sentia travado. Toda vez que tentava recomeçar, vinha o peso de ter parado, misturado com a dúvida se valia mesmo a pena.
O que me fez voltar? Não foi motivação, não foi vídeo de coach no Instagram — foi uma conversa comigo mesmo. Bem sincera, aliás.
O que funcionou pra voltar à rotina (sem drama)
Antes de tentar voltar com tudo, resolvi pensar diferente. Em vez de me culpar, me perguntei: “o que exatamente te fez parar?” A resposta mudou tudo: não era falta de disciplina, era excesso de expectativa.
Com isso em mente, fiz um plano de reentrada. Aqui vai o passo a passo do que me ajudou a recuperar minha rotina depois de tanto tempo parado:
1. Comecei pequeno (de verdade)
Recomecei com a menor versão possível da minha rotina. Não tentei enfiar duas horas de treino, três de leitura e uma meditação transcendental no dia seguinte. Coloquei apenas uma tarefa simples no meu dia: levantar e fazer uma caminhada de 10 minutos.
Parece pouco? Sim, parece. Mas foi o suficiente pra me lembrar que eu sou capaz de agir. E ação gera clareza. Com o tempo, fui adicionando novas práticas, mas sempre respeitando meu ritmo e meu tempo (não o que o “eu ideal” ficava gritando na minha cabeça).
2. Reorganizei minha rotina com base no real, não no ideal
Sentei e escrevi tudo o que eu queria fazer no dia. Depois, cortei a lista pela metade. Depois, pela metade de novo. Fiquei com três prioridades: comer melhor, caminhar diariamente e estudar 25 minutos por dia.
Segui a lógica do mínimo viável sustentável. Ou seja, melhor fazer pouco e constante do que muito e rarefeito. Isso se aplica a todas as áreas: saúde, finanças, estudos, produtividade. Menos grandiosidade, mais constância.
3. Criei um “ponto de reinício” claro
Uma das coisas que mais ajudam quando se perde completamente o ritmo de uma rotina é ter um ponto de partida. Eu criei um roteiro de dia 1.
O que funciona melhor pra mim: um “dia só meu”, com celular longe, tarefas leves, sem pressão de performance. Costumo incluir:
- Despertar mais cedo (não 5h da manhã, só 30 min antes do habitual)
- Nada de redes sociais antes das 10h
- Um café da manhã mais tranquilo e completo
- Organizar a mesa, a casa, o espaço (porque bagunça fora é bagunça dentro)
- Escrever três coisas que quero conquistar nos próximos 7 dias
Esse “Dia 1” virou minha âncora. Se me perder de novo, sei onde começar.
4. Aceitei que recomeçar não é vergonhoso
Essa talvez tenha sido a virada de chave. Por muito tempo, eu me sentia o maior fracasso do mundo por ter parado. Como se todo mundo estivesse indo bem, menos eu.
Mas a real? Todo mundo para. Quase ninguém volta. E aí mora a diferença. Quando entendi que recomeçar faz parte do processo — e que perfeição só existe no feed dos outros —, parei de perder tempo me punindo. Voltei pro jogo. E voltei com mais humildade, mais experiência e mais compaixão comigo mesmo.
O que eu aprendi com tudo isso
Talvez a lição mais valiosa não seja “como recomeçar”, mas sim “como não parar de novo do mesmo jeito”. E se acontecer — porque vai acontecer —, saber voltar com mais agilidade e menos drama.
Hoje, minha rotina não é perfeita. E não precisa ser.
Ela é prática, realista e, sobretudo, adaptável. Se eu falhar numa terça, não espero segunda. Faço uma microação na quarta e sigo. Minha regra é simples: não deixo o erro de um dia matar a intenção de uma semana.
Se você também está recomeçando, aqui vai meu conselho:
- Defina o menor passo possível hoje.
- Pare de se comparar com a versão ideal que você sonhou (ela provavelmente não existe).
- Prefira rotinas que caibam num dia ruim.
- Crie um ritual de reinício. Volte quantas vezes precisar.
- Não espere estar motivado. A ação vem antes da motivação, e não depois.
Conclusão
Voltar pra rotina depois de um mês parado é incômodo, mas absolutamente possível. E mais do que isso: é necessário se você quiser ter uma vida mais leve, coerente e com propósito. Não precisa reinventar a roda. Basta aceitar o ponto onde você está agora e tomar o próximo passo. Só isso.
Lembra: errar não quebra sua rotina. Parar de tentar, sim.
Comece pequeno, recomece quantas vezes for preciso, e lembre-se que o progresso mora na constância, não na perfeição.
Se está difícil, me conta. Se já recomeçou, comemora. E se vai tentar de novo amanhã, você já está a caminho.
Deixe um comentário