A culpa engorda mais que o pastel: aprenda a comer em paz
A culpa engorda mais que o pastel: aprenda a comer em paz
Você já comeu um pastel com tanto medo de engordar que nem conseguiu sentir o gosto? Ou mastigou um brigadeiro na festa da firma escondida no canto da sala, como se fosse contrabando? Pois é. Se você se identifica, senta aqui do lado — literalmente e emocionalmente — porque hoje a conversa é com você. Eu sou Juliana Rocha Alves, apaixonada por comida de verdade, consciência alimentar e, claro, por descomplicar essa relação maluca que muita gente tem com o ato mais natural do mundo: comer.
Comer deveria ser simples. Mas daí veio a culpa
Nós nascemos sabendo comer. Um bebê mama quando tem fome e para quando está satisfeito. Simples, direto, orgânico. Mas aí crescemos, ganhamos revistas, opiniões alheias, dietas malucas e, de presente, um caminhão de regras sobre o que é “certo” ou “errado” colocar no prato. E, pior que isso tudo, ganhamos a temida companheira da mesa: a culpa.
A culpa aparece disfarçada de bom senso, de disciplina, de autocontrole, mas a verdade é que ela é uma sabotadora silenciosa. Se fosse pessoa, seria aquela amiga passivo-agressiva que diz “tudo bem, come, você merece” com um tom que parece elogio mas soa como condenação. E o pior? A culpa não emagrece. Ela engorda. E não tô falando só de corpo: ela pesa na mente, no sono, na autoestima.
Pastel não é vilão. O pensamento extremista é
Vamos falar do pastel — sim, o escandaloso, crocante, cheiroso e irresistível pastel. Por que será que ele carrega esse estigma de “vilão da dieta”? Por que um simples alimento ganhou o status de “proibido”? Apenas porque é frito? Calórico? Porque entrou na listinha negra de alguém que decidiu rotular comida como se fosse um código penal?
Veja bem, não é o pastel que prejudica nossa saúde. É a forma como o consumimos (ou como evitamos ele com sofrimento) que faz a diferença. Comer pastel com culpa, escondida, enfiando três de uma vez num momento de ansiedade porque você “jaquei mesmo, agora vai”, é completamente diferente de saborear um pastel na feira de domingo, com consciência e presença.
O ciclo da culpa alimentar: será que você vive nele?
Vamos a um retrato clássico:
- Restrições e proibições: “Não posso comer carboidrato”.
- Desejo crescente: você sonha com a bendita pizza.
- Compulsão: come tudo que tinha na geladeira enquanto pensa na pizza que não ia comer.
- Culpa: “Fracassei de novo”.
- Mais restrições: “Agora é só salada e água”.
Esse ciclo adoece mais que chocolate fora de hora. A culpa não previne excessos; ela provoca. Quanto mais você tenta compensar com culpa e punição, mais distante fica de uma relação equilibrada com a comida.
Coma com presença… e prazer
Quer saber a chave para comer em paz? Consciência. Quando você cria uma relação mais atenta com a sua alimentação, seu corpo se alinha com sua mente. E esse alinhamento faz surgir uma coisa linda: liberdade alimentar.
Liberdade alimentar não é comer tudo sempre, sem nenhuma noção. É saber que você pode comer qualquer coisa, sim, mas nem sempre vai querer. Porque você começa a entender o que realmente faz bem pro seu corpo — incluindo, sim, o prazer do sabor.
Exercite o comer consciente com esses passos:
- Observe sua fome: tá com fome mesmo ou é ansiedade, tédio, carência?
- Escolha com intenção: não coma o pastel porque tá ali dando sopa. Coma porque você realmente quer, com presença.
- Sente-se para comer: nada de comer em pé, correndo ou scrollando redes sociais. Respeite seu momento.
- Saboreie: mastigue, sinta a textura, o aroma, o sabor. Viva a experiência.
- Escute seu corpo: ele avisa quando já tá bom. Mas a gente precisa querer escutar.
Culpa não emagrece. Mas comer com consciência pode
Quando você tira a culpa da equação, o que sobra é clareza. Você começa a distinguir fome real da emocional, prazer consciente da compulsão. E essa clareza muda tudo: emagrecer deixa de ser guerra e vira consequência. Seu corpo se regula, seu apetite se equilibra, sua ansiedade diminui. Seu corpo responde melhor quando você trata ele com um pouco mais de paz e menos opressão.
Aliás, já pensou quantas calorias você já gastou tentando se autopoliciar com tanta regra? E quantas emoções você engoliu só porque estava “de dieta”? Pois é. Chegou a hora de recuperar o espaço mental e emocional que foi tomado pela culpa.
A vida é feita de escolhas — e pastel também
Você não precisa de permissão para comer. Nem da sua nutricionista, nem da balança, nem da vizinha do grupo de corrida. O que você precisa é de discernimento sobre o que o seu corpo e sua mente desejam — de verdade. Às vezes, o melhor “prato saudável” é aquele que te acolhe, que leva memória afetiva, que traz aconchego e sabor. E tudo isso pode, sim, estar num pastel.
Convide a consciência para a mesa. Tire os rótulos. Mastigue devagar. Aprecie. Observe. A culpa? Você pode deixá-la pra trás. Porque seu corpo precisa de nutrientes, mas sua mente também precisa de paz.
Juliana Rocha Alves: consciência é o novo fit
Se tem uma bandeira que eu levanto e vai pra feira comigo nas manhãs de domingo, é essa: comer não é crime. Comer é vida. E vida boa tem espaço pra folhas, arroz, feijão, chocolate e, claro, pastel. Tudo depende do como, do quanto e do porquê. Quando a gente entende isso, o pastel volta a ser pastel. E a culpa… bem, essa a gente pode fritar e jogar fora.
Você merece comer com paz. Porque o que engorda de verdade não são calorias. É julgamento, restrição, sabotagem e, sobretudo, a culpa. E olha… essa sim pesa. Muito mais que o pastel de queijo.
Bora saborear mais e culpar menos?
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