A real sobre exercícios de YouTube: funcionam mesmo ou só enrolam?
A real sobre exercícios de YouTube: funcionam mesmo ou só enrolam?
Você está aí, com roupa de academia que comprou na empolgação, tênis novo e… YouTube aberto. Afinal, por que pagar caro em academia se tem um monte de treino gratuito online, né? Mas aí bate a pergunta: esses treinos de YouTube funcionam de verdade ou são só enrolação bem editada?
Se você está neste início de jornada fitness, nos trinques da motivação, e caiu de paraquedas na editoria Começando do Zero, relaxa — eu, Rafael Lima Costa, estou aqui pra dizer a real, sem romantismo, mas também sem te desmotivar. Bora esmiuçar esse assunto.
O lado bom dos treinos do YouTube
1. Acessibilidade para todo mundo
Não importa se você está em São Paulo ou em uma cidade pequena do interior: todo mundo com internet tem acesso. Não exige mensalidade, matrícula, check-in, nem rotina de academia. Basta dar o play e transformar a sala da sua casa em uma pista de dança (ou campo de guerra, dependendo do treino).
2. Variedade para qualquer perfil
Quer HIIT, alongamento, yoga para iniciantes, treino de glúteo sem agachamento ou até mesmo cardio em silêncio? Tem tudo no YouTube. E o melhor: tem pra qualquer estado físico, idade ou nível de preguiça. É só escolher e encaixar na sua rotina.
3. Flexibilidade total
Sem horários fixos, sem pegar trânsito, sem fila de aparelho. Se deu vontade de treinar 11h da noite em plena segunda-feira, manda ver. Essa liberdade salva principalmente quem tem uma rotina imprevisível.
4. Economia – e muita
Pegue uma mensalidade padrão de academia, multiplica por 12. Agora soma aos gastos com transporte, roupas fitness e suplementos motivacionais (tipo aquele pré-treino que parece suco de bateria). Comparado com isso, treinar pelo YouTube sai de graça.
Mas pera lá: tem também os poréns
Nem tudo são abdominais felizes. Existe uma galera que se frustra com os treinos online justamente por não entender os limites e os riscos dessa abordagem. Vamos à real oficial.
1. Não é 100% personalizado
O vídeo foi feito pra todo mundo — ou seja, pra ninguém especificamente. Se você tem problemas no joelho, por exemplo, e faz um agachamento errado, pode piorar. Falta de orientação individualizada é o maior calcanhar de Aquiles desses vídeos.
2. Motivação oscila (e muito)
Às vezes o sofá vence. Às vezes o treino fica no “Assistir depois”. Treinar em casa exige maturidade, porque ninguém vai cobrar sua presença ou performance ali. Se você não tem noção de disciplina ainda, pode acabar assistindo treino comendo pipoca.
3. Nem todo canal é confiável
A internet é terra sem lei. Alguns vídeos são criados por pessoas com pouca ou nenhuma formação em Educação Física. Coreografias bonitas e edição de vídeo não são sinônimo de conhecimento técnico. E isso pode ser perigoso.
4. Falta de progressão planejada
Num treino sério, o instrutor adapta o plano conforme sua evolução. No YouTube, é você que escolhe o vídeo do dia. Isso pode fazer você estagnar ou até se machucar ao tentar um treino hardcore sem preparação prévia.
Como usar o YouTube a seu favor (sem cair em ciladas)
O problema não é o YouTube. O problema é usar de forma rasa e desorganizada. Se você quer mesmo fazer do treino online uma ferramenta pra começar sua vida fitness, olha essas dicas:
1. Escolha canais com respaldo profissional
- Busque criadores que sejam formados, registrados no CREF (Conselho Regional de Educação Física) e com boa reputação.
- Leia os comentários e avaliações dos vídeos. Feedback honesto costuma aparecer ali.
2. Monte uma rotina realista
Não adianta jurar que vai malhar 6x por semana via YouTube se você não aguenta nem subir escada. Comece com 2 ou 3 vezes na semana e vá progredindo. O conceito aqui é consistência > intensidade.
3. Aqueça e alongue sempre
Nos vídeos mais populares, o povo já começa a pular em 5 segundos de vídeo. Nunca entre direto na pancadaria. Faça um aquecimento leve e um bom alongamento depois pra evitar lesões e dores no dia seguinte.
4. Reforce sua consciência corporal
O maior desafio de treinar sozinho é que não tem alguém olhando e corrigindo seus movimentos. Então espelho é seu melhor amigo. Vá treinando seu olhar para entender se está executando os movimentos corretamente. E se sentir dor (dor de verdade, não de esforço), pare.
5. Combine com outras formas de movimento
Use o YouTube como uma das ferramentas — não como a única. Caminhadas, alongamentos no trabalho, dança, escada — tudo soma. O que importa é não ficar parado.
E então: funcionam ou não funcionam?
Funcionar, funcionam. Mas exigem mais do que apenas dar o play. Você precisa ter bom senso, curiosidade pra entender seu corpo, e principalmente autonomia. Se você não tem grana pra academia ou gosta de treinar em casa, os treinos do YouTube podem ser um baita caminho.
Isso sim é o melhor do digital: colocar poder nas suas mãos. Só não cai na ilusão de que meia hora de zumba por dia magicamente vai te dar tanquinho em duas semanas enquanto você come coxinha. Milagre só rola em thumbnail de vídeo — e olhe lá.
No mais, boa sorte na sua jornada. E se der preguiça, lembra: o vídeo já tá salvo. Só depende de você apertar o play (e levantar do sofá).
Quer começar com o pé direito?
Aqui na editoria Começando do Zero, a gente está te dando as mãos, não empurrando. Confira também nossos outros artigos cheios de dicas pra dar os primeiros passos nesse mundão saudável, sem medo e sem enrolação.

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