Capoeira e cuscuz integral: como Marcos transformou sua saúde com cultura e comida de verdade
Capoeira e cuscuz integral: como Marcos transformou sua saúde com cultura e comida de verdade
“Acorda, menino! Já são seis da manhã!” — gritou a mãe de Marcos, como fazia todos os dias, sem saber que aquele rapaz franzino de 35 anos estava prestes a mudar de vida. Sabe aquela virada que parece coisa de novela? Pois foi isso mesmo que aconteceu com ele. Nesta reportagem, você vai conhecer a história inspiradora de Marcos Oliveira, um pernambucano raiz que encontrou no batuque da capoeira e no cheiro quente do cuscuz integral o caminho para perder peso, ganhar saúde e recuperar a autoestima.
De exausto à disposição total: o antes de Marcos
Marcos sempre foi um cara simples, de fala mansa e riso tímido. Trabalha como técnico de informática numa escola da rede pública de Recife. Durante anos, sua rotina era automatizada: acordava, comia pão com mortadela, ia pro trabalho, passava o dia sentado e voltava pra casa exausto, ansioso só para jantar e deitar na frente da TV. Com o tempo, vieram os quilos extras, a pressão alta e a pré-diabetes.
“Cheguei num ponto em que eu me sentia velho, doente, cansado. Tinha só 35, mas meu corpo parecia ter 60”, ele conta. Segundo Marcos, o estopim foi quando se sentiu sem fôlego ao subir dois lances de escada e teve uma crise de taquicardia.
Aquele clique que muda tudo
O clique veio quando sua irmã mais nova, educadora física e capoeirista apaixonada, o chamou para assistir a uma apresentação. “Fui só pra agradar ela. Mas quando ouvi aquele berimbau, vi o pessoal se movimentando tão leve, tão forte… deu vontade. Bateu fundo.”
Foi então que nasceu a ideia: e se, ao invés de entrar numa academia que ele detestava, tentasse a capoeira? E se, ao invés de dietas restritivas das quais sempre fugiu, passasse a comer a comida típica que sempre amou — só que com mais consciência?
Capoeira: mais que exercício, uma revolução interna
No primeiro treino, Marcos quase desmaiou. “Fiquei tonto, suei que parecia que tinha saído do banho e, no fim, chorei. Mas foi de emoção. Sentia meu corpo acordando.”
A capoeira não é só uma atividade física — é movimento, história, cultura e, para Marcos, redenção. “Não era só perder peso. Era me reconectar. Eu tinha esquecido quem eu era. A ginga me lembrou.”
Resultados físicos e emocionais
- Perdeu 21 kg em 10 meses
- Reduziu a pressão arterial para níveis normais
- Trocou o sedentarismo por 3 treinos semanais de capoeira
- Melhorou a autoestima e venceu a ansiedade leve
Com o acompanhamento de um médico e de um nutricionista parceiro do projeto capoeirístico, Marcos entendeu que os treinos exigiam energia de qualidade — e foi aí que entrou o cuscuz integral.
Comida de verdade: o retorno ao cuscuz e ao sabor da infância
Não existe café da manhã mais pernambucano do que um bom cuscuz. “Só que eu tava comendo o cuscuz errado, né… aquele branco, processado, com margarina e mortadela. Meu nutricionista me apresentou a versão integral — sem glúten, cheia de fibra e do jeitinho da minha avó, só que mais leve.”
Cuscuz integral no cardápio: como ele preparava
Marcos passou a fazer seu próprio cuscuz todo domingo para a semana inteira. Preparava assim:
- Hidratava o flocão integral por 10 minutos
- Colocava na cuscuzeira com um fio de azeite
- Deixava no vapor por 5 a 7 minutos
- Servia com ovo cozido, frango desfiado ou banana-da-terra grelhada
Ele conta que a mudança não foi instantânea — mas foi deliciosa. “Comer bem não tem que ser castigo, tem que honrar nossa cultura. Era como se eu abraçasse minha história, mas com mais saúde.”
Transformação além do corpo
A cada mês, Marcos via não só o peso baixar, mas o ânimo subir. Passou a andar mais de bicicleta, a cuidar da alimentação até no almoço no trabalho e, mais recentemente, organizou uma roda de capoeira na comunidade onde vive.
“Tô virando exemplo sem querer ser. Os vizinhos vieram perguntar como emagreci. Eu disse: com dendê na medida certa e muito axé no coração.”
Dicas de Marcos para quem quer começar
Em suas palavras diretas e cheias de simplicidade, ele deixa algumas dicas pra quem quer seguir no mesmo caminho:
- Respeite seu tempo: “Não queira virar atleta em uma semana. O corpo tem memória, mas precisa de paciência.”
- Busque algo com significado: “Comida e movimento só viram hábito quando fazem sentido emocional.”
- Evite dietas da moda: “Comece com o que você já conhece. Tem cuscuz? Tem banana? Tem ovo? Então use.”
- Tenha alguém pra te apoiar: “Sozinho é mais difícil. Eu tive minha irmã e isso foi ouro.”
Reflexão final: corpo são, alma viva
Cláudia aqui, e minha emoção é real. Essa história do Marcos me tocou porque lembra tantas outras que vivem escondidas em silêncios. Ele poderia ter continuado sedentário, como eu mesma fui por anos, esperando que o mundo mudasse por fora. Mas ele escolheu mudar por dentro. E olha: escolheu com afeto, identidade, cadência e prato cheio de sabor.
Capoeira não foi só a academia do Marcos. Foi seu reencontro com a vida. E o cuscuz integral, meu povo… ah, esse foi o tempero da virada. Viva Marcos. Que ele inspire mais e mais brasileiros a descobrirem que seu próprio corpo é território de cultura, orgulho, e sim, muita saúde.
Axé, colher de pau e flor na cabeça. Quem disse que emagrecer não pode ser poesia?
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