Quebrando mitos: gordura não é sua inimiga, é questão de escolha
Quebrando mitos: gordura não é sua inimiga, é questão de escolha
Respira fundo e vem comigo. Hoje a gente vai colocar um dos maiores mitos da nutrição no divã: a ideia de que a gordura é a vilã da sua saúde, da sua dieta e do seu jeans mais justo. Tá pronta para conversar sobre isso com consciência, ironia e, claro, comida de verdade? Então senta, pega seu café com óleo de coco (ou sem, você escolhe!) e vem porque esse papo vai te libertar — ou, pelo menos, te fazer pensar duas vezes antes de comprar uma barrinha “zero gordura”.
Gordura faz mal? Depende (como tudo na vida!)
Vamos direto ao ponto: gordura não é um inimigo, é um nutriente essencial. Nosso corpo precisa dela para funcionar lindamente. Estamos falando de produzir hormônios, absorver vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), manter a saúde cerebral e até garantir aquela pele com viço que ninguém entende de onde vem.
Mas calma aí! Quando falamos em gordura, não estamos te incentivando a sair bebendo azeite na xícara, tá? A questão está na qualidade da gordura, na fonte alimentar e, principalmente, no contexto da sua alimentação como um todo. Nada existe no vácuo — nem um pedaço de queijo brie, nem sua decisão de comer ele no café da manhã.
O perigo não é a gordura. É o medo dela
Durante décadas, a indústria alimentícia nos convenceu de que gordura era pecado mortal. E adivinha quem lucrou com isso? As prateleiras lotadas de produtos “light, diet, zero” — cheios de aditivos, amido, açúcares escondidos e uma promessa falsa de emagrecimento.
Resultado? Um monte de gente com pavor de abacate e engolindo bolachinhas industrializadas enquanto se frustra por não conseguir perder peso. Se identificou? Acontece nas melhores famílias.
Tipos de gordura: a gente precisa falar sobre isso
Não, não é tudo igual. Existe gordura boa, ruim e… aquela que depende do contexto. Vamos destrinchar:
1. Gorduras saudáveis (ou: suas novas melhores amigas)
- Gorduras monoinsaturadas: estão no azeite de oliva extravirgem, abacate, castanhas e sementes. São anti-inflamatórias, ajudam o coração e deixam seu prato mais gostoso e nutritivo.
- Gorduras poli-insaturadas: aqui moram os famosos ômega 3 e 6. Você encontra no salmão, sardinha, linhaça e chia. Mas atenção: o equilíbrio entre ômega 3 e 6 é fundamental. Excesso de ômega 6 (presente em óleos vegetais refinados) pode causar inflamação.
2. Gorduras saturadas (com moderação, como aquele ex que ainda manda mensagem às vezes)
Presente no coco, manteiga de verdade, ovos e carnes. A ciência já não trata essa gordura como vilã absoluta — o problema está no excesso, nos ultraprocessados e na falta de variedade real na alimentação.
3. Gorduras trans (essas sim, a gente cancela!)
Encontradas em margarinas, produtos industrializados, fast-foods e snacks que prometem “não engordar” mas comprometem sua saúde. A gordura trans é inflamatória, aumenta o risco cardiovascular e não tem NADA que justifique seu consumo. De verdade: corre dela como você corre daquela pessoa que diz que “não gosta de comida caseira”.
Mas Juliana, e quando eu quero emagrecer?
Aí é que vem a cereja do bolo (low carb, se preferir!). Reduzir gordura para emagrecer pode ser um tiro no pé. Quando você corta gordura demais, sua saciedade despenca, sua fome aumenta e, no fim do dia, você acaba compensando com açúcar, carboidrato refinado e outras delícias que não vão te ajudar no objetivo.
Gordura boa traz saciedade, sabor e equilíbrio metabólico. É possível — e desejável — ter uma alimentação rica em comidas de verdade, com presença balanceada de boas fontes de gordura. Isso te mantêm satisfeita, nutrida e mais conectada ao seu processo de mudança corporal com consciência e respeito.
Como incluir gorduras boas na rotina: um guia sem neura
Se você está começando esse processo de reeducação alimentar, aqui vão sugestões práticas para incluir boas gorduras no dia a dia:
- Café da manhã turbinado: adicione chia ou linhaça ao iogurte natural. Ou prepare um ovo mexido na manteiga ghee.
- Saladas com personalidade: nada de tristeza no prato! Use azeite de oliva extravirgem com ervas, sementes e abacate cortado para dar cremosidade.
- Lanches conscientes: castanhas, nozes, pasta de amendoim 100% natural são ótimas escolhas.
- Troque sem pressa: prefira carnes de boa procedência, evite frituras de óleo reaproveitado, valorize o alimento in natura.
Essa conversa é mais sobre mentalidade do que sobre macronutrientes
Entender que gordura não é o problema é também libertar sua mente das regras rasas que só te aprisionam. Sua alimentação precisa respeitar seu corpo, sua individualidade e seus objetivos — e não obedecer cegamente rótulos que só servem para te deixar ansiosa.
Aposto com você que boa parte da sua relação com a comida é influenciada por medo e culpa. E aí, minha amiga, quem acaba tendo mais poder sobre sua vida? A gordura da castanha ou a sua crença de que ela “engorda”? Pense nisso.
Em vez de excluir, escolha com consciência
Você não precisa tirar radicalmente a gordura do seu prato. Precisa fazer escolhas mais alinhadas com o que nutre seu corpo e sua mente. Comer com prazer, com presença e com propósito. Isso é comer com consciência.
Não é sobre quantas gramas de gordura tem o seu prato, mas quanta verdade e autonomia tem a sua decisão. E isso, meu bem, nenhum produto light te entrega.
Conclusão: o poder está nas suas escolhas
Vamos parar de demonizar a gordura e começar a olhar para ela como parte de uma alimentação completa, nutritiva e saborosa?
Você não precisa cair em dietas da moda nem cortar tudo que te dá prazer. Você só precisa colocar sua atenção no que realmente importa: comida de verdade, feita com afeto, escolhida com consciência e vivida com equilíbrio.
No final do dia, é isso que vai transformar sua saúde — e não aquela promessa da embalagem brilhando na prateleira.
Com carinho (e azeite no coração),
Juliana Rocha Alves
Cozinheira de afetos, defensora da comida de verdade e destruidora de mentiras alimentares com pitadas de humor.
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